Joint-venture de tecnologia espacial apresenta primeiro AOCS desenvolvido no Brasil

A Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Embraer Defesa & Segurança e a Telebras, voltada para a integração de sistemas espaciais anuncia a conclusão do desenvolvimento do Sistema de Controle de Órbita e Atitude de satélites, também conhecido pelas suas siglas em inglês AOCS (Attitude and Orbit Control System), responsável pelas funções de navegação, apontamento e controle do satélite. Esse sistema, inédito no país, é o elemento que permite a um satélite, por exemplo, apontar com precisão sua câmera para o local que se deseja coletar imagens ou ainda acionar o seu sistema de propulsão para realizar uma correção desejada de órbita.

Simulação do modo de resposta rápida do AOCS – Software de Controle de Órbita e Atitude
Simulação do modo de resposta rápida do AOCS – Software de Controle de Órbita e Atitude

“O desenvolvimento no Brasil de uma tecnologia sensível e frequentemente sujeita a embargos, como o Sistema de Controle de Órbita e Atitude de satélites, é um passo extremamente significativo para o avanço e autonomia da indústria aeroespacial brasileira”, disse Himilcon Carvalho, Diretor de Tecnologia da Visiona. “Esse é o passo maior e mais complexo dentro do plano da Visiona de dominar todo software embarcado de satélites, que inclui também o sistema de controle e gestão de dados de bordo, tecnologias que julgamos fundamentais para uma integradora de sistemas espaciais.” O próximo passo da empresa é validar esses sistemas em um satélite operacional, o que será feito no início de 2020 com o lançamento do VCUB1.

O VCUB1, que conta com a participação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Santa Catarina (SENAI-SC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) no seu desenvolvimento, assim como com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), será o primeiro satélite projetado integralmente pela indústria nacional e deverá demonstrar a capacidade da Visiona em conceber sistemas espaciais de alto desempenho. Apesar de estar situado na classe dos nanosatélites e possuir apenas 10 quilos de massa, o VCUB1 possui arquitetura altamente sofisticada e características como precisão de apontamento, estabilidade e geração de energia típicas de satélites bem maiores.

Concepção artística do nanosatélite VCUB1
Concepção artística do nanosatélite VCUB1

O satélite estará equipado com uma câmera de alta resolução espacial capaz de coletar imagens com qualidades radiométrica e geométrica superiores às encontradas no mercado, fatores fundamentais para aplicações agrícolas e de proteção do meio ambiente. O VCUB1 contará também com um sistema de coleta de dados baseado na tecnologia de rádio definido por software voltado inicialmente a aplicações de coleta de dados hidro-meteorológicos, mas que pode ser atualizado mesmo após o lançamento para a inclusão de outras aplicações de Internet das Coisas (do inglês, Internet of Things - IoT) de uma forma mais ampla.

“Os resultados do projeto são extremamente animadores, pois mostram que somos capazes de entregar com eficiência e eficácia mesmo os sistemas e missões mais complexos. Estamos diante de tecnologias que poderão efetivamente ser fundamentais para as futuras missões espaciais brasileiras”, disse João Paulo Campos, Presidente da Visiona. “O projeto também é um excelente exemplo de colaboração entre o setor privado e governamental, com empresa e institutos de pesquisa juntando forças e trabalhando conjuntamente para o atingimento de um objetivo comum, a exemplo do que se vê nos países tecnologicamente mais avançados.” Leia a revista

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