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Campus Party

Fundada pelos amigos Paco Ragageles, Pablo Antón e Belinda Galiano, em 1997, na Espanha, como um encontro de amigos para celebrar a tecnologia, a Campus Party se tornou o maior encontro desta temática da atualidade. Com dez edições realizadas no Brasil, o evento reúne um público gigantesco todos os anos, por onde é realizada, e já trouxe nomes de peso para apresentações, entre eles Tim Berners-Lee, criador da World Wide Web Steve Wozniak, cofundador da Apple e Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos. Para a 1ª edição de Salvador, são aguardados 40 mil visitantes.

Com planos de expandir geograficamente em solo brasileiro, a Campus Party BR chega, pela primeira vez, à Bahia, entre os dias 09 e 13 de agosto. Mais de quatro mil pessoas são esperadas para montar acampamento na Arena Fonte Nova, em Salvador, de onde poderão acompanhar palestras, atrações e os mais importantes temas contemporâneos envolvendo ciência, tecnologia, internet e arte multimídia.

O encontro acontece em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, da Telebrás e iniciativa do Governo do Estado da Bahia. O tema principal será a "Inovação Produtiva", mas o estado não é o primeiro do Nordeste a receber a Campus Party BR. O evento é realizado em Recife desde 2012. No entanto, foi cancelado, este ano, por falta de verba.

Os primeiros palestrantes confirmados para a edição baiana são Veronique Halbrey, Candice Pascoal e Ricardo Cappra. Halbrey é diretora criativa com mais de uma década de experiência em Design, Moda, Música, Games e Entretenimento em grandes agências e marcas. Nos últimos anos trabalhou com o premiado jogo Just Dance. Pascoal é fundadora e CEO do site de financiamento coletivo Kickante. Cappra é cientista de dados que ajuda a resolver problemas complexos por meio de inteligência analítica. Nesta edição da CIO (NE), conversamos com o diretor da Campus Party Brasil, Tonico Novaes, sobre os planos, as mudanças e a importância desse evento para o país. "Eu acredito que quando levamos aos campuseiros conhecimento, tecnologias e até mesmo a possibilidade de interação e network, fazemos com que novas ideias, projetos, startups e produtos surjam, o que vêm ocorrendo nesses 10 anos", explica o diretor. Leia mais na entrevista completa.

Depois de 10 anos sendo realizada no Brasil, qual é a importância da Campus Party para a inovação no país?
Desde sua primeira edição no Brasil, buscamos inspirar e, sobretudo, motivar e engajar as pessoas para buscarem e conhecerem novas tecnologias, já que o objetivo maior do evento é ser uma plataforma nacional de disseminação e experimentação tecnológica, deixando diversos tipos de legado para a sociedade. Eu acredito que quando levamos aos campuseiros conhecimento, tecnologias e até mesmo a possibilidade de interação e network, fazemos com que novas ideias, projetos, startups e produtos surjam, o que vêm ocorrendo nesses 10 anos.

O evento, considerado de peso, atrai um público gigantesco todos os anos como fãs que aguardam, ansiosamente, as edições anuais. Com este cenário, quais são os resultados mais visíveis, produzidos pela feira, nesses últimos dez anos, que você pode nos apontar?
A Campus Party não é uma feira, nem um evento, trata-se de um grande acontecimento onde os resultados são os mais variados, mas o que eu mais gosto de destacar é o surgimento de novas startups que ocorreram dentro das Campus Partys. São jovens (e quando eu digo jovens, eu quero dizer jovens de espírito, porque o evento recebe pessoas de 9 a 90 anos) que se encontram dentro do evento e lá mesmo desenvolvem aplicativos e novos negócios que vão impactar na vida de toda a população.

Em termos de contribuições para a sociedade, quais são as mais significativas produzidas pelo evento?
Acredito que uma das principais contribuições da Campus para a sociedade está na discussão de temas que irão impactar a sociedade como um todo. Em 2014, por exemplo, o evento recebeu políticos, advogados, empresários, entre outros, para discutir o Marco Civil da Internet que estava na Câmara dos Deputados. Esse ano, na edição de Brasília, discutimos como as novas tecnologias podem ajudar na transparência de dados. Em Salvador, falaremos sobre a importância de investirmos em inovação na educação, empreendedorismo social e educação empreendedora.

Como acontecerá a expansão geográfica e conceitual do evento? Quais são os planos e as mudanças e a partir de quando elas começam a ser implementadas?
Começamos a colocar em prática a expansão geográfica da Campus Party no último ano. Em novembro de 2016, realizamos uma Campus Day em Brasília e a primeira edição da Campus Party em Belo Horizonte. Mas a expansão se concretizou mesmo esse ano, com uma edição completa em Brasília, que ocorreu entre 14 e 18 de junho, e com as próximas edições que ocorrerão em Salvador (9 a 13 de agosto), Pato Branco (14 e 15 de outubro) e a segunda edição da Campus Party Belo Horizonte (1 a 5 de novembro). Temos mais de 600 mil campuseiros cadastrados no Brasil. Há um potencial único a ser explorado.

Além de Salvador e Recife, outras cidades do Nordeste também estão previstas para receber o evento? Qual é a previsão para que elas sejam incluídas no calendário? 
Estamos conversando com Governos de outras cidades do Nordeste para a realização local de outras Campus. Existe uma grande chance de que, no próximo ano, outra capital nordestina receba o evento e esperamos, também, conseguir viabilizar novamente a Campus Party Recife, que já possui uma comunidade muito engajada e apaixonada.

A edição de Recife foi cancelada este ano por falta de verba. O que pode ter contribuído para este resultado? Você acha que faltou interesse por parte dos governos estadual e municipal e, até mesmo, do empresariado recifense, em colaborar para a sua realização? 
Acredito que haja interesse tanto do Governo quanto das empresas locais, mas não podemos deixar de destacar que passamos por uma crise econômica que afetou a todos. Acreditamos que esse é um momento delicado e cada Governo tem objetivos e prioridades pré-definidas. Como falei acima, esperamos que no próximo ano possamos voltar a realizar o evento com a mesma qualidade das outras edições.

Ainda há alguma chance da edição pernambucana voltar a acontecer este ano ou no próximo? 
Este ano ainda não. Mas para os próximos anos existe a possibilidade, sim. Torcemos muito por isso. Acredito que é apenas uma questão de todos - governo, empresas e Campus Party - conseguirem encontrar a melhor forma de viabilizar o evento.

Com a proposta de ampliar as temáticas do debate, a primeira edição da capital baiana terá como tema principal a "inovação produtiva". Essa escolha foi pensada para a cidade e a região onde ela se encontra? 
Em cada cidade que realizamos uma Campus Party buscamos um tema, foco, que tenha relação com a realidade econômica e produtiva daquela região. Em Brasília, por exemplo, discutimos como a tecnologia pode ajudar na transparência de dados, mostrando como acessar os dados abertos da administração pública. Na Bahia, além da integração entre empresas e universidades, falaremos sobre inovação tecnológica no cultivo de produtos locais, como cacau, suco e polpa de frutas. Em Belo Horizonte, o tema será sobre empreendedorismo digital e tecnológico, pois na cidade existe um programa chamado Seed, que é o melhor projeto de aceleração de startups da América Latina.  Leia a revista

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