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Big Data: O que a análise de dados pode fazer por sua empresa?

Aos poucos, o Big Data Analytic está sendo utilizado como ferramenta de apoio às estratégias das empresas. A capacidade que o Big Data tem de coletar, armazenar e interpretar dados, em pouquíssimo tempo, coloca as empresas que o utilizam em excelente vantagem, permitindo que elas gerenciem melhor as informações obtidas e tomem decisões acertadas.

A análise de dados é capaz de entregar informações importantes, como o perfil do público, os produtos mais procurados e onde encontrá-los. Tomemos como exemplo uma loja de roupa: conhecendo bem o consumidor, que pode ou não ser mesmo em cada loja, o empresário poderá direcionar, criar planos e tomar decisões em tempo real e se tornar mais eficiente, pois os clientes de uma mesma marca podem ser diferentes, a depender de onde ficam as "lojas". Isso inclui: poder econômico, hábitos, região e idade.

Com a análise inteligente é possível personalizar os produtos e serviços para esses clientes de acordo com o perfil. Graças ao Big Data, hoje, é possível desenvolver produtos ou serviços como soluções, conectados, evitando a perda de clientes.

ADESÃO
A empresa do segmento de transformação digital, Atos Brasil, encomendou um estudo para analisar o nível de adoção da análise de dados por empresas de todo o mundo e constatou que 40% das empresas já utilizam a análise inteligente em atividades essenciais, como vendas, desenvolvimento de produtos e marketing. De acordo com a pesquisa, essa tendência deve se intensificar nos próximos três anos, com cerca de 90% das empresas utilizando insights de negócios orientados por esses dados até 2020.

O estudo foi conduzido por analistas independentes da Forrester Consulting, que analisou uma amostra global de mais de 580 empresas e gestores de TI de 11 setores empresariais em três continentes. Os dados mostram que 23% das empresas planejam implantar análise de dados nos próximos 12 meses, mesmo que um terço delas aleguem obstáculos no processo de implantação.

Com relação às barreiras, 44% dos entrevistados veem o aumento na variedade dos tipos de dados não estruturados como um desafio significativo, enquanto 35% estão preocupados com as práticas tradicionais de dados em silos e com a falta de alinhamento entre as funções de TI e as empresas.

"O ritmo no qual uma organização se beneficia da análise de dados é determinado tanto pela cultura quanto pela tecnologia. É por isso que na Atos colocamos a ênfase em uma abordagem orientada para os negócios com o Atos Codex, nosso conjunto completo de soluções de análise, computação cognitiva e IoT", afirma Ursula Morgenstern, vice-presidente de Business Platform Solutions da Atos.

A pesquisa examinou as ambições e prioridades de 11 setores empresariais e revelou uma clara ênfase em diferentes prioridades específicas do mercado, dependendo do setor. No setor de energia, por exemplo, a análise de dados é vista como um pré-requisito no desenvolvimento de redes de distribuição inteligente.

Na indústria, a análise está intimamente ligada à fábrica inteligente, especialmente em relação à manutenção preditiva. A pesquisa fornece perfis empresariais reveladores em relação a atitudes e práticas analíticas em múltiplos setores, incluindo energia e serviços públicos, finanças, governo, indústria, varejo e telecomunicações.

Entre suas descobertas, a Forrester destacou a necessidade de as organizações serem rigorosas na definição de objetivos empresariais claros e quantitativos em todas as iniciativas de análise de dados: essa mudança é tanto sobre processo e cultura como sobre tecnologia.

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
De acordo com o diretor de vendas da Infor para o Brasil e Sul da América Latina, Gabriel Lobitsky, não há dúvidas de que a ciência de dados é capaz de transformar indústrias e modelos de negócios tradicionais. Para ele, a adoção massiva fomenta a discussão sobre a transformação de dados em insights e da sua evolução, como o machine learning, capaz de 'prever problemas futuros' ao usar algoritmos e análise de padrões de dados para identificar e indicar soluções efetivas para problemas de negócios.

"Ao usar algoritmos e uma linguagem matemática, a ciência de dados pode criar soluções transformadoras para as empresas. Com uso de análises preditivas, o big data e o machine learning permitem traçar estratégias, otimizar ações, interagir com os clientes e, claro, impulsionar vendas", argumenta.

No entanto, Gabriel lembra que isso só é possível porque a nuvem ampliou o poder computacional sob demanda, facilitando a armazenagem e análise de dados. "Hoje, modelos preditivos são capazes de entender o lado crítico de cada operação por meio do software".

Para ele, a ciência de dados precisa ser compreendida como um componente fundamental para a transformação digital, pois é a única forma de criar soluções que, de fato, impactam nas tomadas de decisões. "É preciso um meio termo para que a ciência se torne acessível e compreensível para todos, principalmente para os usuários das empresas com operações críticas, como varejo, logística e supply chain, em que a palavra 'otimização' é um imperativo", argumenta.

ESTRATÉGIAS NA COMUNICAÇÃO
Organizações latino-americanas recorrem à análise de Big Data para planejar as estratégias gerais, foi o que concluiu o estudo do Latin American Communicator Monitor (LCM), organizado pela European Public Relations Education and Research Association (EUPRERA), com colaboração da Associação de Diretores de Comunicação da Espanha (Dircom), e da empresa de consultoria de Gestão da Reputação, Comunicação e Relações Públicas na Espanha, Portugal e América Latina o patrocínio da LLorente Cuenca.

O estudo verificou que, ainda que a análise de Big Data seja considerada um elemento fundamental para planejar as estratégias gerais das organizações latino-americanas, apenas uma quarta parte dos profissionais está consciente de que ela pode mudar a profissão e apenas 17,6% das agências e departamentos de comunicação implementaram a atividade. "Além de gerenciar dados massivos, o uso das redes sociais por parte da sociedade e das organizações mudou o panorama da gestão da comunicação, embora ainda haja uma lacuna entre a importância dada às ferramentas e às suas efetivas implementações", aponta o estudo.

O documento analisa, ainda, as atuais práticas e o desenvolvimento futuro da comunicação estratégica nas organizações, a partir de uma pesquisa realizada com cerca de mil pessoas. Os principais eixos do estudo foram centrados na análise do uso de big data na comunicação estratégica, na automação da área de RP e na gestão da comunicação.

Os resultados da análise permitiram concluir que apenas 16,8% dos departamentos de comunicação na América Latina são considerados de excelência. E são as empresas listadas na Bolsa de Valores as que lideram a classificação. Os departamentos de comunicação de excelência caracterizam-se por estarem mais avançados em relação à implementação da análise de Big Data.

O DIRETOR DA INFOR DEMONSTRA COMO AS TECNOLOGIAS PODEM GERAR INSIGHTS E TRANSFORMAR ALGUMAS OPERAÇÕES

(01) Supply Chain
Complexo para muitas empresas, o bom funcionamento das operações é essencial para minimizar custos com atrasos e falta de produtos no estoque. Os cientistas de dados estão fazendo uso total do poder computacional, para modelar os cronogramas e antecipar informações sobre acontecimentos que podem impactar negativamente as operações, como a combinação de machine learning e big data. Juntas, as tecnologias dão melhor visibilidade e compreensão para as empresas identificarem os atrasos normais e os que são resultados de imprevistos, como desastres naturais, greves e etc.

(02) Logística
A ciência de dados está permitindo que a próxima geração de software empresarial, resultado de soluções preditivas, fale ao usuário a quantidade de inventários necessários para atender demandas futuras que informe como precificar os itens para garantir a lucratividade em longo prazo e aponte os portos com melhores capacidades para embarques, com o intuito de minimizar o impacto dos atrasos.

(03) Varejo
Normalmente, aplicações inteligentes de CRM atuam de forma preditiva no setor, e mostram potenciais compradores e produtos mais buscados. As tecnologias complementares, como sensores e RFID, dão às lojas uma visibilidade mais ampla do estoque para saber localização e movimentação de um produto, por exemplo. Se associada à interpretação dos dados, as tecnologias permitirão uma verdadeira transformação digital nas lojas físicas, que poderão, não apenas compreender a jornada do consumidor, mas ofertar produtos e itens específicos. No setor de vestuário, por exemplo, os dados capturados por sensores podem ampliar a oferta de produtos que se ajustem ao gosto e tamanho do cliente. Esse mesmo tipo de solução pode apoiar a gestão da armazenagem e do estoque no varejo, por disponibilizar informações sobre níveis de inventário, eliminando a necessidade de uma contagem manual e demorada, com mais incidência a erros.

LEIA ALGUNS PONTOS QUE DESTACAMOS SOBRE ESTE ESTUDO

O Big Data na comunicação estratégica
O estudo apontou que apenas 17,6% das agências e departamentos de comunicação chegaram a implementar atividades de Big Data. Um percentual de 71,2% das organizações já recorre ao Big Data para planejar estratégias globais. Uma parcela um pouco menor que esta, o utiliza para orientar as ações do dia a dia (58,8%) e para justificar suas atividades (53,7%). Quase metade dos profissionais garante que lhes faltam habilidades analíticas para utilizar o Big Data (45,1%) e tempo para estudá-lo ou analisá-lo (35,9%). A análise dos depoimentos aponta que há uma correlação estatisticamente significativa entre a implementação do Big Data nas organizações e o conhecimento que os profissionais de comunicação possuem sobre o tema. No entanto, apenas uma minoria dos participantes do estudo está realmente atualizada neste campo.

Automação em RP e gestão da comunicação
Existe uma lacuna entre a importância que os profissionais de comunicação outorgam às práticas automatizadas e a implementação real que vem ocorrendo em suas respectivas organizações. Sete em cada dez entrevistados acreditam que é importante a adaptação aos algoritmos de serviços on-line, como os motores de busca, mas apenas 37,5% os implantaram em seus próprios departamentos.

Relações entre as agências e seus clientes
Os resultados do estudo constataram que as agências são contratadas, fundamentalmente, por sua criatividade e inovação (69,9%), em razão de seu conhecimento estratégico (69,6%) e por sua capacidade de explicar as tendências dos novos canais de comunicação (64, 7%). Na sequência, as agências são valorizadas por trazerem conselhos objetivos e independentes (59,2%), apoio adicional (55,1%) e experiência em mercados específicos (52,9%).

Novas formas de distribuir conteúdo
Além dos meios de comunicação, os social media influencers (SMI), assim como os defensores de marcas, são um novo grupo de líderes de opinião. Três quartos dos entrevistados pelo LCM (77,2%) consideraram que os SMI são importantes para a execução de atividades estratégicas de comunicação. Por sua vez, 62% afirmaram que suas organizações já utilizam estratégias específicas para se comunicarem com os SMI. São as agências e as consultorias que lideram as estratégias com os SMI, tanto em relação à identificação (56,1%) quanto aquelas relacionadas à comunicação (54,2%).

Habilidades, conhecimentos e desenvolvimentos de competências
As organizações latino-americanas oferecem mais treinamento requeridos por profissionais nas áreas de gestão e negócios. No entanto, há um déficit na formação em aspectos técnicos relacionados à incorporação da análise de Big Data na área de social media: habilidades técnicas - como a programação de algoritmo ou habilidades informáticas em web - com uma lacuna de -52,5% e de conhecimentos técnicos - como compreensão sobre softwares de algoritmos, compreensão analítica do Big Data e conhecimento estatístico - com uma brecha de -52,3%. Leia a revista

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