A hora e a vez das startups

Você já deve ter percebido que a palavra "startup" anda em alta ultimamente, não é? Pois bem, muitos empreendedores, em sua maioria jovens, têm se destacado no mercado, trazendo além de inovação, soluções simples, muitas vezes, para problemas antigos. Não é à toa que muitas delas estão chamando a atenção para o seu valor de mercado altíssimo. Só para ter uma ideia, no ranking divulgado recentemente, com as startups mais valiosas do mundo, as sete primeiras colocadas estão avaliadas em bilhões de dólares. No topo do ranking está a Uber (avaliada em US$ 68 bilhões), que tem ganhado espaço em todo o mundo, revolucionando o setor de transportes. Em seguida aparece a Xiaomi (US$ 46 bilhões), fabricante de smartphones e a Didi Chuxing (US$ 28 bilhões), até há pouco tempo principal rival da Uber na China. Embora as startups norte-americanas e chinesas dominem o ranking das mais valiosas do mundo, o Brasil também não fica atrás. O movimento "100 Open Startups" divulgou, em agosto deste ano, a relação final das 100 startups brasileiras mais inovadoras e boas para investimento na opinião de quem atua no mercado. Elas foram selecionadas a partir de um processo que teve cinco fases e que durou, ao todo, um ano. As startups foram classificadas de acordo com o interesse que despertaram ou contratos fechados com as grandes empresas participantes do projeto - como Grupo Fleury, 3M, Abbott, Natura, Bradesco, IBM, JJ, Estácio e outras. Para se ter uma ideia, quase mil startups de 23 estados se inscreveram no movimento. Cada startup recebeu pontos de acordo com suas conquistas ao longo do processo. "A vibração dos empreendedores ajuda executivos a driblar o desânimo causado pela atual crise econômica, o que é um passo muito importante", afirma o investidor e mentor do movimento, Bruno Rondani. Como resultado, o movimento conseguiu, até agora, que 75 grandes empresas se conectassem ao movimento 25 fundos de investimento ou redes de investidores-anjo participassem das avaliações enquanto que 53 contratos fossem firmados entre empresas e startups desde a conclusão do ciclo anterior 30 startups captassem investimentos em até dois meses após o fim do ciclo anterior e outras 692 parcerias estão em negociação. Para este ano, o movimento "100 Open Startups", que estava com as inscrições abertas até o dia 15 de agosto, sai do Brasil e chega também a outros países na América Latina, EUA, Europa e Ásia, com 20 desafios temáticos propostos pela rede de grandes empresas das mais diversas áreas. As propostas com mais combinações com os executivos dessas empresas são convidadas a participar de um pitch pessoalmente na Capital escolhida - são 12 no país e nove no exterior. Aceleradoras Surfando nessa onda de boa maré, estão as aceleradoras de startups, que vêm se consolidando no Brasil. Atualmente, existem cerca de 40 aceleradoras e mais de 1.100 startups aceleradas, indica um estudo inédito da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EAESP). O professor Newton Campos e o pesquisador Paulo Abreu, ambos da FGV/EAESP, apresentaram, no final de julho, dados de um estudo que traça o cenário e o perfil das aceleradoras brasileiras de startups. O estudo "O Panorama das Aceleradoras de Startups no Brasil" (clique aqui para baixar o estudo) é um dos primeiros a coletar, com profundidade, informações com as aceleradoras brasileiras, que são um fenômeno relativamente novo. O estudo da FGV/EAESP serve para entender como as aceleradoras brasileiras funcionam e auxiliam, ao mesmo tempo, as empresas que têm interesse em desenvolver negócios inovadores, investir ou entrar nesse segmento de identificação e apoio a novos negócios. O levantamento mostra que o mercado de aceleradoras está consolidado - com 40 empresas no Brasil -, predominando as que se originaram na região Sudeste, seguidas pelo Nordeste, Sul e Norte, mas com negócios que são desenvolvidos em todo o país nas áreas de TI, Educação, Comércio e Serviços, principalmente. Com tempo de vida que varia em torno de três anos e meio, as aceleradoras desenvolveram em seus programas de aceleração uma média de 28 startups, totalizando 865, com valores de investimento que variam de R$ 45 mil a R$ 255 mil. Uma única aceleradora, a Startup Farm, é a recordista e já desenvolveu 191 startups até agora, sendo uma das mais ativas da América do Sul. Leia a revista
Editorial, 25.AGOSTO.2016 | Postado em Startup

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