Segurança na nuvem é preocupação nas empresas

Por Joseane Rosa

m levantamento realizado pelo banco Goldman Sachs e divulgado no início de 2015, indica que a Cloud Computing é uma das soluções em tecnologia mais requisitadas pelas empresas. Conforme a pesquisa, até 2018, as companhias do mundo todo terão 11% dos investimentos de TI empregados na infraestrutura, desenvolvimento de aplicações e serviços em nuvem. Este dado revela como a computação em nuvem tem se tornado um serviço essencial nas empresas, principalmente para as de médio e pequeno porte, pois, estas podem contar com um sistema de armazenamento de dados a um custo reduzido.

Uma das grandes vantagens da Cloud Computing, tanto para as grandes, como para as pequenas empresas, é a estrutura montada para garantir segurança dos dados armazenados. Os usuários que aderem a este sistema podem contar com um datacenter e arquitetura de rede que atendem aos requisitos de alta segurança, com backup online, ótimos softwares de antivírus e antimalware, acesso restrito, serviços de encriptação, e outros. Para o Diretor de Tecnologia da Teltec Solutions, César Schmitzhaus, a estrutura na nuvem tona-se superior aos sistemas tradicionais e, por isso, muitas empresas começaram a aderir ao sistema. "Seria inviável para uma empresa tradicional atingir todas as certificações de segurança, que, por exemplo, a Amazon Web Services possui. Por isso, é aconselhável que as empresas comecem a transferir seus dados para a cloud" afirma César Schmitzhaus.

A nuvem é segura?
Apesar dos benefícios, muitas empresas e gestores de TI ainda têm preocupações em relação à segurança na nuvem, pois, diversos são os casos de empresas que tiveram seus documentos expostos. O jornalista da revista Wired, Mat Honan, por exemplo, revelou que hackers manipulavam os departamentos de atendimento ao cliente da Apple e da Amazon e comprometiam as contas de e-mails e redes sociais, levando a perda de dados pessoais e profissionais. A apreensão com a segurança na nuvem foi intensificada depois que o cofundador da Apple, Steve Wozniak, falou em público que estava preocupado com problemas que a nuvem pode causar.

No entanto, o presidente do Cloud Security Alliance Brasil Chapter, Paulo Pabliusi, comentou que é preciso que as empresas acreditem na estrutura de segurança da nuvem. "Assim que migram seus ambientes de computação para a nuvem, com suas respectivas identidades, infraestrutura e informações, as instituições se veem na eminência de abrir mão de certos níveis de controle", declarou Pabliusi. Ainda segundo o presidente, seria necessário que as empresas passassem a confiar nos sistemas e nos provedores de nuvem.

Políticas para a segurança
Para o Gerente de Engenharia da Fortinet, Carlos Cortizo, a política de segurança é um pilar fundamental em qualquer estrutura de TI, seja tradicional ou na nuvem. "As políticas funcionam não somente para controlar o acesso à informação, mas, também, para proteger o negócio da empresa. É ela que permite que a segurança seja implementada da forma correta", argumentou Cortizo. Outros especialistas comentam que, apenas com estas, será possível criar condições para evitar exposição de dados de uma empresa.

César Schmitzhaus indica que as instituições só passaram a pensar em políticas para controle do acesso quando perceberam o aumento do uso da cloud. "A adoção da nuvem começou a crescer exponencialmente, o que pode ser observado pelo aumento do faturamento de empresas como Amazon e Microsoft em seus negócios de cloud. Então, é normal que só agora as políticas comecem a serem mais elaboradas", diz César.

Nuvem e Pirataria
Segundo César Schmitzhaus, o mercado de música é um dos que mais sofrem com a pirataria. "Há alguns anos, um artista lançava seu disco e o vendia, digamos, por R$ 25,00. Acontece que a maioria das pessoas queria apenas uma ou duas faixas daquele disco, assim a pirataria dominava este mercado", explica César. Com a computação em nuvem e aplicativos como iTunes e Spotify, passou a ser possível para o usuário final pagar determinado valor para ter acesso às músicas que realmente o interessa. "Para o lado do artista é algo fenomenal, visto que seu trabalho estará disponível para uma base de mais 30 milhões de usuários, no caso do Spotify, o que seria muito difícil no mercado tradicional", acrescenta César.

Conforme a consultoria americana IDC, a cloud permitiu que, entre 2013 e 2015, a pirataria de softwares no Brasil fosse reduzida. "Este é apenas um exemplo de como a nuvem ajuda neste mercado, mas existem vários outros conhecidos como Software as a Service (SaaS), em que empresas e ou pessoas podem comprar softwares como serviço, diminuindo a necessidade de altos investimento e, assim, ajudando no combate à pirataria", conclui César. Leia a revista

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