Limite de dados pode impedir desenvolvimento digital

Cometeu um grande equívoco o presidente da Anatel, João Rezende, ao decretar o fim da era da banda larga ilimitada. Mais uma tolice dentre várias que condenam o Brasil a não participar do desenvolvimento que a tecnologia da informação tem proporcionado em todo o mundo.

Na última sexta-feira, dia 22 de abril, a agência reguladora proibiu, por tempo indeterminado, as operadoras de limitar o acesso à banda larga fixa. Deveria impedir, definitivamente, as teles de estabelecer contratos com limites de dados. Trata-se, portanto, de uma medida paliativa, que só posterga o problema.

O Brasil novamente faz o movimento errado, como em 1984, quando decidiu proteger os fabricantes de hardware, enquanto o mundo preferia o software. Hoje, limita a internet, ao mesmo tempo em que a maior parte dos países busca uma solução para cobrir uma cidade inteira com Wi-Fi gratuito.

Os investimentos feitos pelas teles para fornecimento de acesso à banda larga fixa já se pagaram há muito tempo. Limitar o uso de dados é construir um muro ao redor de empreendedores, estudantes, profissionais liberais, pessoas de todas as idades que lutam para aumentar seus conhecimentos, prestar serviços e sobreviver do próprio trabalho.

O Brasil perdeu 1,85 milhão de empregos em carteira nos últimos 12 meses. Esse número deveria alarmar as autoridades, porque a única forma honesta de ganhar dinheiro é na atividade produtiva. Hoje, não é possível nem sonhar em desenvolver qualquer atividade, inclusive de lazer, sem conexão à Internet.

Assombra-nos que ocupantes de cargos tão relevantes quanto a presidência da Anatel, tenham esse tipo de pensamento em descompasso com a realidade. Estão condenando os jovens que saem da universidade e dos cursos técnicos a sofrer ainda mais para ingressar na vida profissional.

Da mesma forma, acho um absurdo que os governos estaduais cobrem alí" Leia a revista

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