A empresa no século 21

O que é a empresa neste século 21? Como ela se estrutura? Como ela é governada? Como ela se desenvolve? E como as novas tecnologias, particularmente as de informação e comunicação (TICs), impactam na organização das empresas deste século?

Tentar responder a este conjunto de questões foi o desafio que levou ao desenvolvimento do livro recentemente publicado nos EUA, intitulado Effects of IT on Enterprise Architecture, Governance and Growth (1). Para enfrentar este desafio, partiu-se da constatação inicial de que existem três visões dominantes associadas com a empresa: a visão econômica, a visão do homem/mulher de negócio, e a do profissional de tecnologias de informação e comunicação. No entanto, faltava, na literatura, um arcabouço unificado que pudesse articular estas três distintas, mas inter-relacionadas, visões.

ter-relacionadas, visões. E foi assim que se chegou ao modelo sugerido no livro que trata destas três visões a partir de três dimensões da vida da empresa, e ajuda a entender como estas três dimensões afetam uma à outra. O modelo é denominado Arquitetura Governança-Crescimento. A tese central deste modelo é a de que as características arquiteturais da empresa determinam as suas questões de governança, e que a agenda de governança determina suas condições mensuráveis de crescimento.

A ideia básica do modelo repousa sobre o conceito da arquitetura da empresa (conceito hoje padronizado internacionalmente pelo Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos- IEEE). As características observáveis da empresa são aquelas relacionadas com seu projeto, estrutura, funcionamento e gestão. No modelo, elas são constituídas tanto pelas peculiaridades do domínio corporativo quanto por aquelas do domínio dos conteúdos, dos sistemas, e das TICs.

Além da sua dimensão arquitetural, o modelo incorpora as dimensões de governança e de crescimento. No livro é argumentado em detalhe que a dimensão de governança (que compreende tanto a esfera corporativa como a esfera das TICs) é chave para conectar a arquitetura das empresas e a arquitetura dos mercados (conceito também definido no livro) ao crescimento da empresa e ao crescimento dos mercados. Neste sentido, a partir desta dimensão é possível compreender melhor a complexa questão de como a estrutura de propriedade da empresa está relacionada à sua arquitetura e ao seu desempenho. Através dela também se pode observar dois outros canais pelos quais a governança pode ser analisada: a conexão entre a governança corporativa e a estrutura do capital, e a conexão entre a estrutura do capital e a estrutura de propriedade.

O último componente do modelo é a sua dimensão de crescimento, já que há importantes argumentos para a inclusão desta dimensão: a) primeiro, o crescimento da empresa está relacionado à sua sobrevivência b) segundo, associando-se à importância do crescimento da empresa, está seu efeito sobre o crescimento econômico e, c) terceiro, o crescimento da empresa é um meio para a introdução de inovações, e está na base da mudança tecnológica.

O livro, que contém 15 capítulos, está organizado em cinco partes. Espera-se que ele preencha as expectativas de analistas de empresas, gestores de negócios, gestores de TICs, bem como estudantes em geral, interessados numa perspectiva multidisciplinar da análise das empresas, a partir de um modelo simples e inovador para lidar com a complexidade da empresa neste século 21.


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