Leilão do 5G confirma expectativas e arrecada R$ 46,7 bilhões

O maior leilão de radiofrequências da América Latina foi consumado com sucesso pelo Ministério das Comunicações (MCom) e Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Das faixas de radiofrequência disponibilizadas, 85% foram arrematadas com ofertas que somaram R$ 46,7 bilhões. Desse valor, mais de R$ 39,3 bi serão revertidos em investimentos para ampliar a infraestrutura de conectividade no Brasil. O valor econômico total excedeu em R$ 5 bilhões o preço mínimo estipulado pelo Governo Federal no edital da licitação.

“Superou todas as nossas expectativas”, comemorou o ministro das Comunicações, Fábio Faria. Durante coletiva de imprensa, realizada após fechamento da análise e julgamento das propostas, Faria salientou o esforço feito para realizar a licitação e inaugurar no país uma nova era de conectividade. “Foram 15 meses de trabalho intenso para que a gente pudesse trazer de fato o 5G para o Brasil e hoje chegamos com notícias altamente positivas”, pontuou. O ministro destacou que o resultado do leilão foi superior a todas as licitações anteriores do setor de telecomunicações somadas. Em números aproximados, a venda das faixas do 3G rendeu R$ 7 bi; do 4G movimentou R$ 12 bi; e a privatização da Telebras, R$ 22 bi. 

A realização do leilão marca a chegada da tecnologia 5G no Brasil e fomenta investimentos no setor de telecomunicações. Com a venda das faixas, todas as obrigações de cobertura de internet móvel foram contempladas. Isso significa que serão atendidos os compromissos previstos para ampliação da infraestrutura de conectividade. “Temos a garantia e a certeza de que todos os valores arrecadados nesse leilão serão convertidos em benefícios para a população”, sustentou o ministro.

Entre as obrigações assumidas pelas empresas vencedoras estão: levar cobertura 5G a todas as capitais e cidades com mais de 30 mil habitantes; garantir internet 4G nas rodovias federais e localidades ainda sem conexão; implantar rede de fibra óptica em locais com pouca ou nenhuma infraestrutura de conectividade; implantar o Programa Amazônia Integrada e Sustentável (PAIS) e o projeto da rede privativa de comunicação da Administração Pública Federal; custear a migração da TV parabólica para TV via satélite; investir em projetos de conectividade em escolas.

PRAZOS PARA IMPLEMENTAÇÃO
Com o avanço do leilão, surge a dúvida a respeito de quando a tecnologia 5G efetivamente será implementada em todo o território brasileiro. O edital possui metas fixadas ano a ano. As primeiras vencem em julho de 2022, quando todas as capitais brasileiras devem ter cobertura de 5G. Já em 2028, a meta é para cobertura de todas as cidades do país.

NOVAS OPERADORAS 
Além de atrair investimentos, o leilão do 5G também possibilitará a entrada de seis novas operadoras de telefonia móvel no Brasil. As empresas Winity II Telecom, a Brisanet, o Consórcio 5G Sul, a Cloud2u, a Fly Link e a Neko Serviços arremataram lotes e ganharam o direito de explorar as faixas para levar serviço de internet à população. A Brisanet arrematou o lote E4 (50 MHz) que engloba a região Nordeste, por R$ 111,3 milhões. Vivo ficou com Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, por R$ 176,4 milhões. As três principais operadoras ainda concorreram pelos blocos de 40 MHz: a Vivo adquiriu lotes relativos a São Paulo e as regiões Norte e Centro Oeste, somando R$ 290 milhões; TIM ficou com a região Sul (R$ 94,5 milhões) e com Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo (R$ 450 milhões). Ao final, o lote F8 (40 MHz na faixa 2,3 GHz) acabou tornando-se o mais disputado do primeiro dia, com Algar e TIM alternando lances por 17 vezes. A Algar arrematou o lote com a oferta de R$ 57 milhões, configurando ágio de 1.127% sobre o preço mínimo.  Leia a revista
Editorial, 02.DEZEMBRO.2021 | Postado em Tecnologia

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