Quase 90% dos colaboradores de empresas de tecnologia não têm vida financeira saudável, aponta levantamento

Um levantamento da fintech de bem-estar financeiro Leve mostrou que 88,6% dos colaboradores de empresas de tecnologia não têm uma vida financeira saudável. Os dados apontam que, por mais que a situação seja vulnerável, apenas 6% pedem ajuda aos seus empregadores. A pesquisa foi realizada com usuários da plataforma que disponibiliza especialistas financeiros para funcionários de empresas de diversos segmentos, com destaque a Tecnologia, Indústria Farmacêutica e Varejo.

 
O levantamento avaliou com oito perguntas a saúde financeira dos respondentes, abrangendo por quanto tempo os participantes cobririam seu nível atual de gastos se ficassem desempregados, confiança sobre metas financeiras de longo prazo,  gerenciamento de dívidas, fontes procuradas para conselhos financeiros, gastos do domicílio em comparação ao dinheiro recebido, pagamento das contas antes do vencimento, score de crédito, confiança sobre os seguros em posse e prática de planejamento financeiro. A pesquisa foi feita com profissionais de todas as posições hierárquicas e áreas de empresas de tecnologia, desde estagiários a executivos.

 
Quando perguntados sobre reserva de emergência, 63,9% responderam que seu montante atual não cobriria seu nível de gastos por mais de dois meses se ficasse sem renda. Ao mesmo tempo, quase 58% disseram que gastam tudo ou mais do dinheiro que recebem e 39% que não conseguem pagar todas as contas do domicílio em dia. Também, 77,8% apresentaram ter dívidas — destes, 16,4% têm mais dívidas do que o gerenciável. 

 
Avaliando os resultados gerais da pesquisa, foi concluído que 88,6% dos profissionais não têm uma vida financeira saudável. Esse resultado foi obtido por meio da metodologia baseada no FinHealth SCORE®, criada pela organização americana Financial Health Network (FHN), utilizada mundialmente.  Ao contrário de métricas estreitas, como pontuação de crédito, essa medida avalia se as pessoas estão gastando, economizando, tomando empréstimos e planejando de uma maneira que lhes permita ser resilientes e buscar oportunidades ao longo do tempo. Para cada indivíduo que responde as oito questões da pesquisa, é calculado um índice médio e quatro sub-índices (gastos, economias, débitos, planejamento). De zero a 30 pontos a saúde financeira da pessoa é considerada vulnerável; de 40 a 70, significa que ela está sobrevivendo; e de 80 a 100, que é saudável. 

 
Para Gustavo Raposo, CEO da Leve, os dados do levantamento mostram que apesar de os empregadores terem dificuldade em reconhecer o problema do estresse financeiro dentro de suas empresas, a questão ainda é uma realidade. "Com esses números, é possível observar que as soluções focadas exclusivamente em crédito não são suficientes para melhorar o bem-estar financeiro das equipes. Os colaboradores enfrentam questões que vão além da necessidade de empréstimo. O que é preciso são benefícios que mudem efetivamente sua situação", afirma Raposo.


Hoje, com a crise econômica gerada pela pandemia, o bem-estar financeiro das pessoas ficou ainda mais comprometido. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas comprovou que os efeitos do home office na saúde do trabalhador estão indo além da fadiga e das dores no corpo — quase metade dos respondentes (45,63%) apresentou baixo nível de bem-estar e saúde mental. As principais queixas são de preocupação com questões financeiras.  A pesquisa também mostrou que o bem-estar financeiro dos colaboradores não aumenta proporcionalmente junto ao seu nível hierárquico. Analistas, assistentes e auxiliares compõem um índice de 54 pontos;  enquanto estagiários e trainees apresentam 56. Os gerentes têm apenas 38 pontos — muito menor do que é visto em áreas iniciantes. Coordenadores, que ficam à frente da gestão de times, ficam com uma pontuação de 54 e diretores com 63. Todos abaixo do considerado saudável.  Quando questionados sobre conselhos financeiros, 40% respondeu que procura amigos e família para conversar sobre a questão. Outros 33% assinalaram que não pedem ajuda a ninguém, seguido por 28% que prefere usar a internet e 22% que recorre aos bancos. Apenas 16% e 12% abordam especialistas e colegas, respectivamente. Por último, a fonte menos citada foram os empregadores — apenas 6% dos entrevistados pedem ajuda a eles.  Leia a revista

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